
Com a eleição de Lula da Silva e o regresso do Brasil ao seu lugar indispensável na política internacional, criaram-se as condições favoráveis para, a partir da questão ambiental/climática, se poder construir uma nova estratégia abordagem ao combate às alterações climáticas, produzindo efeitos com cascata nas mais variadas áreas da sociedade, assente num multilateralismo eficaz.
Porque esta é um momento único que pode marcar as opções para as próximas décadas, cerca de meia-centena de personalidades, portuguesas e brasileiras, dos mais diversos setores da sociedade civil - desde ex-ministros, artistas, escritores, representantes de movimentos climáticos juvenis, ex-embaixadores, universitários, comunidades indígenas, ativistas de várias idades e de diversas organizações da sociedade civil – juntaram-se para apresentar no passado dia 28 de Dezembro o Manifesto Brasil-UE pelo Clima Estável Património Comum da Humanidade.
Neste sentido, os signatários afirmam que devem ser retomadas as conversações no âmbito Acordo UE/MercoSul, ao qual deve ser adicionado uma adenda ambiental, com vista à formação de uma parceria estratégica por um Clima Estável, a partir das preocupações manifestadas dos dois lados do Atlântico.
O Manifesto foi construído em torno de quatro objetivos/prioridades:
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Definir a defesa do ambiente e biodiversidade como orientação estratégica das suas relações.
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Elaborar uma nova estratégia para cumprir os objetivos de Paris, criando um enquadramento legal assente num sistema de contabilidade ambiental, que permita avançar rapidamente para o objetivo de limpar a atmosfera, incentivando e compensando a realização de emissões negativas.
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Criar um fundo UE-Mercosul para a floresta de modo a iniciar o processo de limpeza da atmosfera (emissões negativas) e de provisão de outros serviços dos ecossistemas da maior relevância para a manutenção de um Clima Estável.
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O reconhecimento do Clima Estável como Património Comum das Humanidade, através de um tratado internacional envolvendo todos os membros das Nações Unidas e as relevantes organizações de cooperação regional e inter-regional.
Os subscritores convidam todos a juntarem o seu nome a esta iniciativa, enviando um email para: manifestouebrasil@gmail.com
“Este Manifesto é uma ideia agregadora, vem ao encontro daquilo que a Humanidade de hoje necessita, uma esperança no meio deste impasse terrível que vivemos actualmente na Europa e no Mundo. Mas a vossa proposta visa alguma coisa mais do que o impasse que vivemos hoje, e que há-de terminar, se Deus quiser, em breve, visa deixar a Terra respirar de modo a que seja possível que as gerações futuras possam habitar na sua superfície.”
Lídia Jorge
“Parabéns pela iniciativa. Excelente material. (...) O Acordo UE-Mercosul não pode ser somente comercial. Tem que ter uma ampla gama de ações de proteção ambiental, especialmente da Amazônia.”
Carlos Nobre
“Manifesto, a favor de um compromisso da UE com o Brasil, fundado nas exigências do Acordo de Paris para reduzir os níveis de CO2 no Planeta. A proposta corresponde a uma visão realista e de abertura a formas de compensação justas e equilibradas. Os mecanismos de compensação para os que produzem serviços de ecossistema têm de ser assumidos com todas as suas implicações, tanto a nível planetário, como regional e local.”
Luís Braga de Cruz
Artigos e notícias sobre o Manifesto lançado a 28 de Dezembro de 2022:

